domingo, 29 de novembro de 2015

Mnémósine

Mnémósine

Essa performance, foi feita na semana de abertura de processos de artes cênicas da UVV, onde fizemos instalações com objetos pessoais onde trazia lembranças de algum período da vida, Cada um fez uma instalação em um ponto distinto, e em um dado momento cada um interagia com a sua instalação de forma livre e individual.
Minha instalação foi com elementos que coleciono do México, (bandeiras, camisa da seleção, bonecos da turma do chaves) e alguns equipamentos de circo na qual foi minha primeira arte e que carrego no sangue uma geração, (malabares, monociclo). Montei minha instalação e no momento de interação, resolvi somente ficar sentado olhando cada objeto.

Bom primeiro preciso destacar, que todos meus objetos me rementem diretamente a figura da minha avó, uma pessoa que foi importante na minha formação e na minha vida, e que involuntariamente, comecei a lembrar dela e todas coisas que sinto a respeito, isso provocou em mim uma necessidade de chorar. Essa performance na verdade é muito individual, não sei se eu era um público que me emocionei com minha própria exposição, ou se minha reação faz parte do objeto exposto, ou se expressão de curiosidade ou de afeto com os carinhos que recebi das pessoas ao me ver chorar se faz parte do objeto performativo. Não sei me responder, mas sei que a performance destaca essa interação que a performance ocupa, essa quebra de hierarquias, entre objeto, plateia e ator, transformando tudo em um só, transformando a arte em experiência, algo que é mais do que olhar e interagir, ao ver meus amigos com seus objetos compreendendo o indivíduo de cada um, vendo tudo que nossa turma já caminhou, tudo isso mexeu muito comigo, não sei fazer um relato sobre essa performance, sem ser pessoal; pois acho que esse trabalho foi justamente essa junção, acho que muitas pessoas não entenderam a performance, e infelizmente não tivemos o tempo do bate papo, mas acredito que a não compreensão foi justamente sobre o costume que o público tem em ser público, um observador não interativo. 

Hefesto

Hefesto


A performance Hefesto, foi feito pela aluna Anna Puk, onde a mesma está à frente da UVV vendendo materiais usados e absurdos de forma natural, dentre os objetos vendidos tínhamos, (papel higiênico usado, pelos pubianos, frutas podres, calcinha usada) entre muitos outros.  Para mim essa foi a performance que teve o melhor resultado, quando se trata de estranhamento, nessa ocasião, a câmera estava em um local fixo e bem discreto, e os alunos estávamos sentados onde todos as pessoas ficam normalmente, dando uma naturalidade ao ambiente de saída de aula, (O natural destaca o estranho), As pessoas abordadas pela Anna, ficaram muito surpresa com as coisas que ela estava vendendo, e levou um estranhamento poético nas pessoas. Posso destacar que a interpretação da Anna em apresentar os produtos e a confiança que ela mostrou foi fundamentação para que as pessoas acreditassem que de fato aquilo erra real, com tudo isso esbarra em um grande discussão sobre o fazer performativo, que na qual eu mesmo me questiono, cabe a performance uma interpretação? A performance como uma ação real ou uma produção de realidade? Como seria se Anna não interpretasse essa venda? Cabe ai um discussão profundo pois a performance e o próprio hibridismo cênico, não buscando um certo ou errado, mas para tentar completar nossa necessidade de sistematização de um conhecimento. Com essa performance me fez refletir que cabe sim em uma performance o interpretar, se ele for em medida correta sem desmanchar a percepção de ação real. Exemplo, fiz uma performance em um trabalho onde estava ajoelhado no milho e me batia com o sinto, se durante essa performance eu interpretar a minha dor, essa interpretação pode gerar no público um afastamento da ação imediato, destruindo toda a ação. Mas a interpretação da Anna, foi em um ponto real do de ser vendedor, no de acreditar em seus produtos, Talvez por fazer parte do seu cotidiano, pois ela vende artesanatos, mas acredito também que e do ator a se pôr no lugar de acreditar. Não tive oportunidade de conversar com ela sobre o que ela fez, mas acredito muito que o posicionamento do ator performático sobre o que ele está fazendo reflete na veracidade de sua interpretação. Por fim, acredito que esse trabalho foi muito bem executado e abriu um novo caminho de debate sobre a cena dentro da performance.

Esperando Godot

Esperando Godot


Essa performance foi realizada pela aluna Rafaela, na praça de Vila Velha, em frente ao um ponto de ônibus. Onde foi instalada uma mesa, tendo posto refeições de gala, e ela convidava as pessoas para jantar com ela, trazendo um estranhamento do público por estar em um local inusitado. A ação gerou muitos problemas, primeiramente por está cotada para ser feita dentro de um terminal público, no dirigimos até lá mas durante a montagem fomos surpreendidos pelos guardas impedindo a ação da performance, solicitando uma autorização previa.  Com isso tivemos que nos deslocar para um outro ponto, isso desestruturou toda a equipe, desanimando de executar a ação, chegamos no local escolhido, e a performance foi feita, tendo uma boa interação do público.

Mas a experiência no traz a reflexão da importância da pré-produção, ter um grupo que pense na performance nas necessidades técnicas, e nas solicitações de autorização previa, para não ocorre incômodos como foi ocorrido, Incomodo esse que levou a turma a dispersão. A turma estava muito dispersa, conversando muito próximo a performance, fator que pra mim entregou e quebrou o efeito de estranhamento, outro fator predominante para essa quebra, foi o fato que a professora estava filmando, mesmo de um ângulo longe, mas ainda sim muito evidente,  e por estarmos na frente de uma escola onde tem um curso técnico de rádio e TV, ouvir vários comentário do tipo (Deve ser a turma de rádio e TV fazendo trabalho)  Mas uma vez destaco a necessidades de nos afastarmos do ambiente performativo para não influenciar no olhar do público para o mesmo. Não consegui ter um olhar mais profundo com a performance, pois tentei me afastar o máximo possível, com isso preferir ficar atrás do ponto, e não visualizei na integra a performance.

sábado, 17 de outubro de 2015

Happening “Tirésias”

Fizemos um Happening, junto coma a turma de fotografia da UVV, bom primeiro para entender um pouco sobre Happening, temos que entender que nesse formato não há separação entre publico e performance, todos são objetos artísticos um do outro e observamos uns ao outros. 
A proposta foi que juntos passaremos um tempo de 40 a 50 minutos junto em um espaço totalmente fechado e escuro, nesse local colocamos alguns estímulos, como cadeiras panos barbantes molhados, biboca, fora a própria geografia do espaço como escadas e objetos.
Quando entramos na sala a primeira dificuldade foi se locomover em descer as escadas, depois fazer um reconhecimento do espaço, a impressão que no escuro as dimensões ficam mais dilatadas; depois começou uma interação corporal espontaria; dai pra frente rolou, brincadeiras, musicas, alguns trocaram massagens uns com os outros.
Mesmo sem nos conhecer parecer que aos poucos as duas turmas foram criando liberdade. E curioso perceber que durante um tempo nossos olhos se acostumam com a escuridão e aparentemente foi  ficando mais claro, uma solução e que estivéssemos usando vendas para ajudar mais ainda na escuridão.

Por fim foi uma experiência, incrível, mostrou o lado de ser humano que é sensorial, que é possível o contato corpo a corpo como algo comum, humano, essas foram as impressões que tive durante o processo, que somos humanos, que o tocar e possível. A participação da turma de fotografa foi muito importante, pois erra um algo novo, alguém diferente. Essas interações devem estar mais fluidas nos cursos.

Performance “Medusa”

A performance Medusa, foi uma proposta que levei ao grupo, onde estaríamos na facha de pedestre esperando o sinal abrir, e quando abrisse, iriamos tirar das bolsas sacos  e fazer brincadeiras do saco, em cima da fecha.
Escolhemos um sinal que fica na frente do shopping Vila Velha, devido ao fluxo grande de carros.
Essa performance foi interessante pois ela  foi se desdobrando durante as varias vezes que fomos fazendo.
Iniciamos com a brincadeira pré combinada, a corrida de sacos, mas no decorrer da historia, fomos de maneira quase  espontaria percebendo a necessidade de trocar de brincadeiras, assim fizemos, (cobra a cega/ estatua/ morto vivo) um verdadeiro passeio pelas brincadeiras infantil.
Primeiro e notório como a performance e uma obra viva, já mencionei em outros relatos, como a performance vai tomando caminhos devido as relações que acontecem durante a ação, Performance e um jogo de ação e reação e nisso vai surgindo produtos que no fim vemos o que foi; essa foi minha sensação, Agora o mais engraçado e que essa percepção de mudanças das brincadeiras não foi pela reação do publico, pois o publico erra rotativo, a cada sinal erra um novo olhar, um novo grupo; na verdade essa necessidade foi do próprio grupo, aquelas brincadeiras gerou uma envolvência que nos deligamos do olhar do publico, estávamos ali e pronto. Acredito que ali chegamos no ponto performático, e não ficamos enseando, estávamos em ação, brincávamos pra valer. quando o sinal abria para os carros, ai que lembrávamos e víamos as reações das pessoas, Qual a próxima brincadeira?  já nos questionávamos. Acredito e porque isso estávamos no real ali, na ação do jogo, que provocava uma reverenciaria, acredito que isso reverberou também no corpo, como forma de linguagem.
Uma ponto positivo foi a câmera, dessa vez  ela ficou mais afastada, achoe que isso nos ajudou também como performance, estávamos ali sós, a gente e nossas ações. isso também ocultou o publico de saber, oque ? pra que? quem são ?  Elementos que ajudaram a causar estranheira.

Na verdade, a performance saiu do conceito na qual tinha enquadrado, que erra a corrida de saco, como ironia ao sinal que e muito rápido para o pedestre passar, e também uma critica ao tempo cotidiano; Mas seus desdobramentos trouxeram riqueza a ação, e nos ajudam a nos preparar para uma cena que e viva, que pode tomar rumos que não esperamos, e trabalhar com a improvisação.

Performance “Sansão”

Sansão foi um trabalho feito pelo ator Anderson Lima, durante a aula de Direção 1, a proposta erra ficar em um local com uma placa escrito (Corte meu cabelo) e uma tesoura pendurada. A principio tiveram dificuldades para encontrar um local ideal para o mesmo; por fim decidimos ficar na praça de Coqueiral Vila Velha- ES. Só o fato de alguém sentado cortando  pedindo para alguém cortar seu  cabelo já gerava estranhamento das pessoas. tinha poucas pessoas transitando na praça nessa hora, por ser dia de semana, então alguns alunos foram os primeiro a irem mostra que podiam cortar em seguida a professora chegou em algumas pessoas convidando-as a participarem. Esse fator me levanta vários questionamentos, Essa pessoa que convida que vai até o publico e convida-o a participar e agregador ou destrói o caráter da performance?
Acredito que mesmo o publico só olhe e não queira ou não tenha coragem de interagir, aquilo ja foi rico, pois foi gerado estranheza, e a experiencia já se passou por ela, acreditando em experiencia algo que transpasse a pessoa, algo além de vivencia. pois em algum momento ela vai comentar com alguém, o que viu, e isso reverbera levantando e afinando seu olhar ou sua reflexão.
Outro fator que considero prejudicial na apresentação e a câmera de forma muito explicita, além de inibir o publico ela gera o quebrar do estranhamento, pois sempre ouvimos comentários como:  
_ Olha deve ser um trabalho olhe a câmera,
_ isso deve ser teatro
_ será que é pegadinha?

Sempre escuto essas comentários durante a performa, isso me faz pensar na necessidade de revermos como vamos registar as atividades de forma que a câmera venha como um agregador, e não atrapalhe a colocação entre performance publico. Sobre a participação do publico foi admirável duas situações,
Um morador de rua, se colocou a cortar o cabelo do atro, primeiro quero favar do risco em que o ator se expõe, ele como objeto de arte estava nas mãos do seu publico sujeito a o que eles quisessem, o controle e concentração e exigido ao extremo, e isso ele conseguiu desenvolver muito bem, o ator manteve a expressividade neutra durante todo o trabalho, segundo ponto que quero falar e sobre o morador de rua, o momento em que todos ficaram mas apreensivos e com medo do sujeito fazer algo de mau, mas na verdade ele mostrou a preocupação de cortar o cabelo perfeitamente, diferente dos outros que repicaram, fizeram mechas sobre mechas, ele nivelou todo o cabelo e não queria sair de lá até o momento que ficasse perfeito, ao ponto que tivemos que pedir licença, para deixarmos outro mexer, quando o próximo da fila foi e bagunçou o que ele tinha feito, a expressão de decepção dele foi incrível. me fez refletir sobre a construção coletiva, onde nem sempre estar como você quer mas tem que seguir para chegar no objetivo proposto.
A segunda Observação foi de uma senhora que pude conversar, ela não quis participar:
_ Cabelo e algo muito serio, e forte, e a saúde de alguém!
Relatou que aquelas imagem levavam as pessoas que sofriam de câncer. Questionei a ela se tinha alguém da família, afirmou que não, mas ver alguém ficando careca, emocionou ela.
Como o olhar e afetado pelos fatores psicológicos, a ação é a mesma mas o publico e diverso.
Para finalizar acredito que a turma deve se concentrar melhor durante a performance de um amigo, pois a agitação ao redor pode afetar a visão e o envolvimento do publico.
                

Performance Morfeu

No dia 12 de agosto de 2015, a terceira turma de artes cênicas da universidade de Vila Velha fez uma performance no campus de ‘Boa Vista’ atividade essa proposta pela disciplina de direção, do quarto período. Onde os próprios alunos desenvolveram as propostas de performance a serem realizadas, na qual surgiu em acordo coletivo (Morfeu).
A proposta é que fossem distribuídos colchonetes pelos corredores da universidade, onde em cada um dessas ações diversificadas acontecesse, na qual representaria ações que são realizadas na cama; as escolhas das ações correram de forma livre, o grupo foi sugerindo ações de forma aleatórias.
O teatro ou podemos dizer a artes de forma geral, sempre foi utilizada como um instrumento de critica, a si mesmo e ao meio; até mesmo aos seus padrões e estéticas estabelecidas; apesar da performance ter liberdade em seu conceito, e criação quando nos referimos a objetivos, ou interesse; acredito que ela é uma forte forma interlocutora de informações e problemáticas levando o publico a uma reflexão e desdobramento pensativo, trazendo à um ambiente inusitado, repercutir e reverbera um pensamento proposto. Com isso acredito na necessidade de que o ato performático seja consciente para o artista, na qual ele saiba o seu tripé de apoio cênico, inspirando-me na construção de regra de jogo de SPOLIN. Viola; aonde o artista vai para a performance sabendo (QUE? ONDE? O QUE?) não como objetivo de construção de um personagem, mas sim como apoio de sustentação de ação performática, e levantamento do pensar critico da ação.
Baseado em minha concepção do fazer performance, elaborei minha proposta com um objetivo critico social, e chamei uma colega de cena para efetuarmos juntos a performance; nossa localização foi bem na portaria principal da universidade onde nos alojamos.
A ação se tratava em um casal deitado sobre o mesmo colchonete, onde o homem se masturba e fazia ações sexuais por de baixo dos lençóis, a mulher com uma roupa intima, passa tinta vermelha sobre seu corpo e na perda o homem, além estar vulnerável as ações propostas pelo o mesmo.
Por ser tratar de uma ação sexual senti um peso na ação, peso esse refletido sobre o choque de reação do publico, a ação o correu no horário de saída da universidade onde o fluxo de pessoas e intenso, e por ordem de percurso, a cena erra ultima a ser contemplada pelo publico, não tive acesso visual as outras ações, mas erra notória a troca de expressão quando o publico chegava até a ação mencionada; essa percepção da troca expressiva do publico, fez-me questionar o envolvimento do publico na ação; essa alteração consiste pela imagem sexual atribuída? ou pelo tabu que é a imagem sexual? Ou a polaridade da ação comparada com os outros?
Sobre a polaridade das ações, minha cena tinha um aspecto suave ao mesmo tempo bruto, polarizando as demais ações, podendo gerar estranhamento do contexto geral, fator esse que pode ter contribuído com a não compreensão de performance em sua totalidade. Mas a polaridade está presente em toda estrutura  cênica, até mesmo em sua mascaras na qual a representa (artes cênicas) contem a polaridade expressa, a comedia e o drama, polaridade também presente em toda  construção dramatúrgica, entre personagens, entre atos, dentro do roteiro, do começo ao fim; a polaridade está presente em todas articulações cênicas, chegando a ser fator de importância;  trazendo assim, a polaridade que minha cena emprega ao contexto geral da performance, contribui para promover uma dinamismo melhor e um contraponto de ação, aproximando e mantendo a atenção do publico, trazendo para a perfumasse uma não linearidade.
  Essa atenção do publico e esse olhar traz muitas informações, à performance; minha ação física erra masturbar por de baixo lençol, mas esse movimento que estava realizando erra artificial, não estava realizando com veracidade, isso nos faz refletir isso é performance ou cena? Pois se a performance e a  ação propriamente dita, o que eu estava executando  erra uma cena na qual nitidamente não mostrava verossimilhança; isso foi notório para o publico também, quando percebi que se afastavam pela percepção de algo falso, percebi a necessidade de abandonar a ação, e interagir com minha parceira de cena, buscando uma ação real e concreta e verossímil, comecei a dialogar com ela. Para isso é necessário uma sensibilidade de percepção, da resposta do seu publico, de como isso está afetando, se o seu objetivo está sendo realizado.
Em busca desse lugar real, tive que me entregar a um fragmento cênico com texto e expressões que me conectava com minha parceira, na qual foi gentil em atender minhas ações, meu ato de improvisar com ela, partia-se também de uma performance, pois estava lidando com o inseguro, por não saber sua reação, se ela ia atender as vontade que meu objeto interno puncionava, então as falas externas que saiam de um improviso, serviam como um combustível da busca por um sentimento real,   como se algo fictício crise um sentimento real, uma apropriação de algo que é meu para algo que não sou eu, Gerando modificações concretas na forma de expressão e ação, chegando ao ponto do real, criando uma bolha térmica onde consegue segurar a temperatura da motivação sem ser desestimulado pelo ambiente externo, mas não o ignorando, mas sim o filtrando para saber os pontos precisos, de modificações; dilatando o estranhamento do publico, gerando mais polaridade e poder de fixação do olhar do publico.
Para H.R. Rookmaaker, A arte não precisa de justificativas, ela ocorre através da ação, pelo simples fato do processo que ocorre entre o querer, e o fazer; assim posso colocar que o simplesmente querer quebrar o cotidiano de um espaço já é um ato performativo; mas se por levantar um conceito ou uma cena que me leve a peformar, estou infringindo o conceito ou a essência dessa linguagem? Creio que não pois a minha ação não se consiste em uma cena; pois ela não tem uma estrutura dramática de começo meio e fim, na qual se enquadra uma cena, mas sim um fragmento de uma ação cênica em formato de loop, onde o repetir físico ou narrativo provoca uma concentração e envolvimento no objeto de ação, ao ponto de se desligar do ambiente externo e entra em uma verdade sentimental e de sensações com sua performance, e me questiono sobre ser um artifício de fuga do real, da reação das pessoas? Pode até ser, mas a ação de resposta que o público emprega é tão forte ao ponto de mesmo distanciado do público suas reações afeta e transforma a performance, ou para mais ou para menos.
Em uma performance onde o artista deixa seu corpo exposto como parte da arte, e se permite ser sujeito a ação do público, o ato performático está no tempo real do agora, do que provoca alguém a interagir, ou o que acontece no decorrer da interação, mas quando a performance e expositiva, onde o público é voyeur da situação, ie necessário um envolvimento reação com o momento e como que se faz. Nisso me sustento em acreditar que uma performance deve ter suas bases internas, que sirva-se de processo a alcançar uma veracidade da ação, trazendo mais estranheza ao público,  onde ele não se afete por não acreditar na ação, mas sim que ela transpasse o público gerando argumentações, críticas e especulações, para que se propague como ondas atingindo outros níveis de discussões.
Assim como um grupo de Jovens que postou em uma rede social, a estranheza que foi assistir as performances, a princípio os comentários que se propuseram foram superficiais, e preconceituosos, mas ao decorre dos comentários, muitos questionaram o porquê de que foi feito, até que em momento o mesmo que mostrou sua reação, comentou que o nome do que foi feito (intervenção) foi a nomenclatura usada. Isso mostra que a estranheza provocada gerou uma pesquisa e uma análise, fez um grupo problematizar.

...[Chocado com a Universidade Vila Velha - UVV, uns alunos (provavelmente de artes cênicas) encheram o prédio de direito de colchão (com um monte de gente deitada, plantando bananeira, pedindo silencio, pedindo pra dormir junto etc.) e colocaram um doido fazendo simulação de atos obcenos na escadaria principal junto com uma menina jogando sangue fictício pelo corpo dela e dele.] ...

·         Que merda é essa? dhauidhad
·        
humanas
·         Também não sei, não entendi a mensagem
·         tinha uma menina doida enfiando a cabeça dentro do colchão e ficando de 4 nessa posição sem se mexer, tipo???
·         a da mulher com o bebê eu entendi, quis falar dos moradores de rua que sofrem etc etc, mas o resto não, principalmente esse último ato na escadaria
·         RT  humanas
·         isso é zoação ne?
·         Migo, vc não ta bebado, não?
·         não amigo, tinha um menino simulando que estava fazendo aquilo com as mãos na escadaria da uvv (e ele parecia estar pelado)
·         Respeita o tcc dos caras kkkkkkk
·         Qual o tema do TCC? Thaís Rios hauhuahua


Mesmo com os discursos superficiais, e a falta de um olhar acadêmico mais apurado, onde se observa depois levanta problemáticas para distorções, acredito que ee uma forma geral o objetivo geral foi atingido, interferimos no cotidiano, levantamos novos olhares, foi acrescentado problemáticas importantes, para o conjunto social, e para o desenvolvimento do pensar academia de artes cênicas, aprofundando assim os estudos de performances, em sua totalidade de palavra, sentido e ação.